São Paulo e Paulista
O tricolor foi a campo com a mesma formação de sempre,
jogando num 4-3-3 com a bola, dois atacantes pelos flancos e Luis Fabiano
centralizado, entre os zagueiros. O meio, com 3 jogadores, um volante de
origem, um que sai pro jogo e um meia armador. Na zaga, dois laterais de origem,
que sobem alternadamente ao ataque, e dois zagueiros. Sem a bola, um dos
atacantes aberto, às vezes os dois, recompõe a marcação para não deixar o time
tão exposto. Luis Fabiano, na marcação, faz a famosa sombra, sem efetividade, o
que é normal.
O primeiro tempo de ontem, aliás, como vem acontecendo, foi
modorrento. Um time pragmático, num ritmo bem lento. Como temos um meia só, PH
Ganso, que tem pouca mobilidade, mas que faz o jogo andar, pelo esquema
adotado, sem não houver movimentação, ele é presa fácil para os marcadores.
Quando isso acontece, Maicon fica com a armação do time, só que ele está mais
longe dos atacantes, fazendo com que a bola “rode muito”, sem efetividade.
Vimos isso o primeiro tempo inteiro. O São Paulo tem posse de bola “barcelonesca”,
mas, de fato, cria muito pouco.
Fomos salvos por uma bela cobrança de falta de Álvaro
Pereira, aliás, como bate bem na bola o uruguaio. Deixou Antonio Carlos, que é
melhor atacante que zagueiro, praticamente dentro do gol. Ele só teve o
trabalho de empurrar para as redes. Um a zero e só.
No segundo tempo o time, após, imagino, uma senhora bronca
do Muricy, mudou a postura. O time saia mais rápido, se movimentava mais o que
facilitava para o nosso meia. Ganso entrou no jogo, aparecendo muito bem, com
excelentes passes. Pena ter pedido um gol fácil para se fazer. Álvaro, o melhor
jogador do jogo, cansou de ir ao fundo e acertar ótimos cruzamentos. Mas foi
numa boa jogada de Osvaldo que Fabuloso foi a rede. Dois a zero e caixão
fechado.
Não corremos riscos no jogo de ontem. Rogério fez uma defesa
só no começo do jogo. Com times menores, é assim que tem que ser.
Vale ressaltar o empenho de Osvaldo. Não foi bem, mas
nota-se vontade. Perdeu um gol de cabeça que não se pode perder, mas procurou o
jogo e deu bela assistência para o gol de luis Fabiano. Luis Ricardo,
finalmente, estreou. Não que tenha jogado bem, ao menos marcou bem e subiu
melhor ao ataque, inclusive, em tabela com o nosso 9, finalizou ao gol.
Continuo com as mesmas convicções: precisamos de um zagueiro e um volante para
serem titulares. Para o ataque, entendo que já estamos bem servidos com as chegadas
de Pabón e de Alexandre. Ademilson não pode ser titular, aliás, não sei nem se
pode ser reserva...
Domingo, se não houver greve, temos um bom desafio contra a
Ponte, em Campinas. Vamos com tudo, Tricolor!
Jadson e Alexandre
Não é segredo pra ninguém que sempre defendi o Jadson.
Entendo que seja muito bom jogador, com bom passe curto, enfiadas de bolas,
movimentação e bom chute de fora da área. Um jogador que teve excelente
momento, principalmente com Ney Franco, fazendo um ótimo segundo turno do
Brasileiro de 2012 e uma excelente copa Sul-americana. Sempre defendi sua
titularidade, ao lado do Ganso.
É fato que com a chegada do Muricy o jogador perdeu espaço.
Dizem que após a copa das confederações se apresentou bem acima do peso e, ao
invés de lutar para voltar ao time, se acomodou e viu Ganso ganhar seu espaço.
Na reapresentação agora, também teria voltado acima do peso, o que teria
irritado nosso treinador.
O contrato de Jadson findaria no final desse ano o que
permitiria o jogador assinar com qualquer clube no meio do ano sem que o São
Paulo recebesse algo pelo jogador.
Sabemos dos problemas que Alexandre enfrentou com a torcida
do time que defendia. Ficou evidente que não tinha mais clima para seguir no
seu clube.
Pode-se dizer que o mesmo ocorria com Jadson no São Paulo.
Então, por que não fazer uma troca? Não vou entrar aqui nos detalhes da
negociação, até porque a cada minuto surge um fato (ou seria factoide) novo. O
fato é que a troca de um pelo outro poderia ser a solução para as quatro
partes: São Paulo, seu rival, Jadson e Alexandre. É exatamente assim que vejo
esse negócio. Uma excelente oportunidade para todo mundo. O São Paulo não
perderia com a saída “de graça” de Jadson. O atleta poderia seguir sua carreira
com um treinador que gosta dele. O rival continuaria seu processo de renovação,
trazendo um jogador para jogar. E Alexandre viveria novos ares, com uma chance
de ouro para reencontrar seu futebol.
Penso diferente de muitos e achei muito legal dois rivais
fazerem negócio, ainda mais envolvendo atletas desse calibre. Futebol é
rivalidade, mas jamais pode ser encarado como guerra, ainda mais por
dirigentes. Futebol é sim negócio e em negócio não pode haver sentimento
envolvido. Sendo ético, correto, entendo que toda negociação é viável, em todos
os ramos de atividade e o futebol não está fora desse contexto.
Protestos
Entendo que todos tem o direito de gostar ou não da vinda do
Alexandre. Muitos não entendem (ou não aceitam) o fato dele ter atuado no rival
e, quando lá, ter provocado o São Paulo e também seu maior ídolo, Rogério Ceni.
É claro que não gostei, fiquei com raiva, mas vejo isso como a coisa mais
normal do mundo. Jogador tem que defender suas cores SIM e o futebol envolve
provocações. Ou vamos nos esquecer de Luis Fabiano, Souza, Serginho Chulapa,
Amoroso, Marco Aurélio Cunha e até Rogério Ceni? Quantas vezes provocaram seus
rivais? Muitas...
Penso que hostilizar Alexandre, vaiá-lo, protestar agora
contra a sua vinda, antes mesmo dele atuar, não é benéfico. Aliás, só
atrapalhará o trabalho do Muricy. É isso que queremos? Rogério e o próprio
treinador já se pronunciaram a respeito de sua contratação e declararam ser
favoráveis ao negócio. Muricy fez questão de deixar claro que sua participação
foi muito importante para que o negócio acontecesse. Agora temos que torcer,
apoiar e recebe-lo bem. Alguém duvida de sua capacidade técnica? Alexandre não
é melhor que Ademilson? Não é melhor que Osvaldo? O São Paulo ganha muito com
sua chegada. Demais!
É claro que o atleta tem que se dedicar, tem que querer,
lutar em campo e fazer gols. Esse será o atalho para conquistar a todos. Os que
vaiam hoje, amanhã pularão em seus gols. Futebol é isso.
Alexandre precisa entender que tem uma chance rara em sua
frente, realmente de ouro. Chega para jogar no maior clube que já atuou em sua
carreira, no maior do Brasil, que precisa retomar o caminho dos títulos. Se
entender isso e se dedicar, ajudar o Tricolor nessa retomada, vira ídolo.
Vou fazer minha parte; torcer, apoiar, vibrar e jogar minhas
melhores energias para que ele desempenhe bem. O São Paulo só tem a ganhar com
isso e é isso que me interessa. Jamais tomaria uma atitude que poderia
atrapalhar ou prejudicar o time.
Gustavo Oliveira
Que trabalho vem fazendo o gerente de futebol, ein? O Clube
está sem caixa e mesmo assim, cirurgicamente, Gustavo vem trazendo muito bons
jogadores, todos para jogar: Luis Ricardo, Álvaro Pereira, Pábon, Alexandre.
Podemos ainda ter Souza (sem contar o Breno). Eu avisei, caráter, dedicação,
inteligência não faltam a ele. Grande São Paulino.
E você, o que achou dessa troca Jadson e Alexandre? Gostou?
Não gostou? Vai apoiar? Protestar? Como está vendo o tricolor no Paulistão?
Concorda com o esquema do Muricy? Vamos debater. Quero saber o que você pensa.
Siga-me no Twitter (@guna004), lá o espaço é democrático e o São Paulo
sempre está em primeiro lugar. Beijos as meninas, abraços aos rapazes.
PS
- Se quiser saber o que já aprontei pelo São Paulo, dá uma linda nesse link.
Acho que você vai gostar e me conhecer um pouco mais: Fora Bastos Neto
Daniel, mais uma vez parabéns pelo ótimo texto e empenho em nos trazer uma boa análise do SPFC.
ResponderExcluirNa minha opinião, é uma lástima que o Campeonato Paulista tenha se tornado uma pré-temporada para as equipes grandes. A decadência do interior como nosso grande celeiro de craques se manifesta através de jogos pífios como o de ontem.
Quanto à troca de Jadson por Pato, é mais uma incógnita típica de uma gestão que faz mais apostas do que planejamentos. Pessoalmente, gosto muito do Jadson e acredito que seu futebol foi vitimado pelos descompassos de Juvenal et caterva. Gostaria de vê-lo novamente jogando por nós algum dia, sob uma direção mais lúcida e comprometida com nossa tradição.
Quanto ao Gustavo, a pergunta que faço é: por que perdemos tanto tempo com adalbertos, lecos e quetais?